A missão da Vai Voando é tornar viagens de avião acessíveis às classes mais baixas. Saiba como essa ideia surgiu e está mudando a vida de muita gente.
Dez anos atrás, voar de avião parecia um sonho impossível para milhares de famílias brasileiras de baixa renda. Hoje, com a queda no preço das viagens, o aumento da oferta e o maior poder de compra da população, adquirir uma passagem aérea está ao alcance de muitos novos consumidores. É com essa missão – “dar asas a cada vez mais pessoas” – que a Vai Voando opera em bairros humildes, afastados dos grandes centros, nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.
Com 25 anos de experiência no ramo de aviação, tanto como fundador de agências de viagem quanto como consultor em projetos de turismo, o empreendedor Thomas Rabe – apoiado pelo projeto Visão de Sucesso desde 2012 – viu uma oportunidade na transformação do panorama econômico nacional. “Percebi que estava surgindo um mercado novo. O que hoje é baixa renda era pobreza um tempo atrás”, observa.
A oportunidade de Thomas estava pautada em duas coisas: a primeira era o meio de pagamento. “A maioria das passagens é vendida por meio de cartão de crédito, mas o público-alvo da Vai Voando não tem condição de pagar um cartão. Muitas vezes, nem conta corrente tem. Para isso, desenvolvi um pré-pagamento com carnê”, explica. A segunda inovação foi em relação aos pontos de venda. “Muita gente não chega nem perto dos postos de venda tradicionais. Assim, abrimos mais de 70 pontos em regiões afastadas de São Paulo e pretendemos escalar para 350 em um futuro bem próximo”, revela.
Esse sonho só se tornou possível porque o cenário empreendedor está mudando. Ainda sem um conceito totalmente definido, os chamados negócios sociais – ou negócios focados na base da pirâmide – são protagonistas de uma tendência não imaginada em outros tempos. Desde a metade dos anos 2000, as empresas que focam na melhoria da qualidade de vida das pessoas de baixa renda têm se multiplicado e recebido apoio de órgãos importantes. Desta forma, é possível ter, ao mesmo tempo, alto impacto na vida de muita gente e retorno financeiro. “Nunca vi momento tão bom para empreender no país”, comemora Thomas. “E vai melhorar ainda mais nos próximos 20 anos.”